MARÇO, 2017
 
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Dor Articular
 
Não basta entender o fenómeno
 
Num Mundo onde a dor articular é cada vez mais uma realidade; de acordo com o Relatório do Instituto Nacional de Artrite e Doenças de Pele e Musculosqueléticas dos Estados Unidos (NIAMS); cerca de 27 milhões de americanos sofrem de osteoartrite. É essencial entender o fenómeno patológico e psicossomático, podendo depois disso encontrar soluções que melhor sirvam aos doentes, encontrando uma visão que promova a prevenção e tratamento desta patologia.
Neste sentido, verificaremos o que é a dor articular, como ela é mesclada com a osteoartrite e quais as acções que poderemos promover no sentido da saúde.
O termo «artralgia» significa, literalmente, dor articular. É a combinação de duas palavras gregas «atro», que significa articulação e «algos», que significa dor. Existem diversas etiologias para que a dor se manifeste nas articulações tais como:

• Lesão      • Infecção      • Alterações Imunitárias      • Reacções Alérgicas      • Doenças Degenerativas
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in https://www.consumerhealthdigest.com/joint-pain/psoriatic-arthritis.html
 
Contudo, e de acordo com as últimas nomenclaturas médicas(1) , o termo «artralgia» não deve ser generalizado a todas as condições. E deve ser reservado para os casos em que não existe patologia inflamatória a afectar as articulações. Assim, e na presença de inflamação, dever-se-á chamar «artrite».
(1) Por exemplo o Medical Subject Headings criado pela United States National Library of Medicine.
Apesar da convenção na nomenclatura, o facto é que o termo artralgia é comumente utilizado para descrever dor articular inflamatória, sendo que muitos dos indivíduos com esta queixa estarão na realidade a sofrer de osteoartrite, sendo esta uma doença degenerativa das articulações e a forma mais comum de artrite.
Nesta condição, ocorre perda da articulação-almofadada que existe na zona entre os ossos e que lhes permite movimento fluido e indolor.

A prevalência da osteoartrite aumenta com a idade, bem como com o uso repetitivo e continuado já que, esse uso pode levar a um sobre-uso da articulação, que por sua vez sobrecarrega a cartilagem e consequentemente leva à dor e à inflamação. Com a progressão da inflamação, a cartilagem perde a sua conformação e poder-se-á mesmo chegar à perda da mesma, o que origina uma fricção do osso e assim à perda de mobilidade.
Stage of Knee Osteoarthritis
A dor da osteoartrite tende a piorar com a actividade e ao longo do dia, apresentando ainda rigidez matinal ou após repouso que dure mais que alguns minutos. É usualmente unilateral e afecta articulações que suportam o peso do corpo como joelho, anca, tornozelos e os de maior esforço bípede como o pescoço, zona dorsal e lombar.
Stage of Knee Osteoarthritis
Já nos doentes com artralgia inflamatória existe rigidez, que usualmente persiste ao longo do dia e as áreas afectadas são menores (como mãos e pés).

O rubor, edema e calor junto à articulação são mais indicativos de osteoartrite do que de artralgia existindo algumas doenças auto-imunes responsáveis pelas artralgias inflamatórias. Tais como a artrite reumatóide, escleroderma, lúpus sistémico eritematoso, Síndrome de Sjörgren(2) e Doença Mista Do Tecido Conjuntivo (DMTC).
Nestas condições o sistema imunitário entende as articulações e as suas proteínas como algo alheio/estranho e ataca-as provocando dano severo na articulação. Estas são condições progressivas que eventualmente levam ao dano tecidular, à fibrose articular e à perda severa da mobilidade.

(2) Síndrome de Sjögren ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma doença auto-imune crónica, em que as células do sistema imunitário destroem as glândulas exócrinas, especificamente das glândulas salivares e lacrimais.
 
Psicossomática
 
 
 
 
De acordo com o estudo Arthritic Pain Is Processed in Brain Areas Concerned With Emotions and Fear(3) , existem duas áreas distintas onde a dor artrítica é processada. Chamaram-lhes sistema lateral e sistema medial, e concluiu-se que o sistema medial é o mais envolvido no processamento dos aspectos emocionais da dor como o medo e o stress.
O estudo das imagens do cérebro foi o modo através do qual os investigadores pretenderam chamar a atenção para que, a forma como o doente vê a dor influencia-a e com isso, eliminar a velha crença de que o doente não tem controlo na sua dor.
Entretanto, estudos da doença osteoartrítica do joelho, sugerem que este tipo de dor está usualmente mais associado ao medo e à angústia, que outros tipos de dor.
Assim, verifica-se que a osteoartrite (OA) tem alguns problemas somáticos que poderão ser considerados de origem psicofisiológica. Já os doentes com queixas usualmente referem ter saúde debilitada 3x mais do que doentes sem OA, sentindo-se ainda afectados por insónia, fibromialgia, hipertensão e outras comorbidades.
Muitos especialistas da área afirmam não existir qualquer correlação entre neuroses e osteoartrite, mas a verdade é que, olhando os doentes desta afecção, os mesmos apresentam usualmente padrões de ansiedade e irritabilidade elevados. Muitos deles sobrecarregados pela própria ideia do que é a sua responsabilidade (excedendo o que seria normal), podendo ser obsessivos a determinados pontos e, usualmente também, muito resistentes à mudança.

(3) Publicado em ARTHRITIS & RHEUMATISM, Vol. 56, No. 4, April 2007, pp 1345–1354, 2007, American College of Rheumatology
 
Dor Crónica de Stress
 
 
 
 
 
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Algumas das algias das costas são uma variedade específica de sintomatologia que é activa psicologicamente sendo causada por pressões emocionais conscientes e inconscientes/subconscientes. A maior parte dos indivíduos começa por sentir um aumento da tensão muscular, pressão e dor após um momento de stress emocional.
Usualmente, este desconforto pode resolver-se por si só, após a resolução da situação despoletante.
Facto é que, muitas das vezes, estas situações de stress são a resposta usual do organismo(4) e consequentemente, esta resposta torna-se crónica. O stress nunca fica resolvido e promove-se a repressão da emoção no subconsciente. Aqui inicia-se o ciclo da dor-crónica de stress.
Usualmente, as causas desta patologia não são mais que o acumular do stress do dia-a-dia as quais, apesar de muito subtis e diminuidas pelo indivíduo, se acumulam de forma silenciosa e… dolorosa.
As repressões emocionais são obviamente uma clara ameaça, já que o subconsciente contínua a esconder da mente consciente este problema. No fundo, subconsciententemente, receia-se os efeitos que estas repressões possam vir a ter, caso sejam «descobertas» pela mente consciente. De forma a representar este problema, a mente materializa esta questão através de dor.
Devemos interiorizar que, onde existe conflito, existe uma sensibilidade emocional e que esta leva a stress e onde existe stress, sem dúvida haverá lugar a dor.
Assim, se a repressão é o problema, a consciencialização será a solução.

(4) Mecanismo de luta-ou-fuga/Reacção de stress agudo
 
Sugestões
 
 
 
 
A procura de exercício físico que promova o bem-estar e a serenidade deverão ser a escolha primária.
Assim, sugerem-se não só as terapias de gestão de stress como a musicoterapia, biofeedback térmico e mindfulness, mas também natação, hidroginástica, caminhadas, tai-qi, qi-gong, yoga e fisioterapia postural.»
Uma massagem de drenagem linfática suave ou sessão de reflexologia poderão ser utilizados para estimular a eliminação de depósitos minerais e ácidos nas articulações, ao mesmo tempo que a Acupressão/Acupunctura serão as melhores opções para diminuir a dor e o stress.
Em termos de alimentação, a escolha adequada recairá por, antes de mais, garantir o correcto peso e evitar obesidade. A dieta mediterrânica tem sido apresentada como uma das melhores soluções, com a eliminação de alimentos refinados e o azeite como fonte preferencial de lípidos
No fundo, uma dieta rica em ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa ómega-3 e ácido oleico (ómega-9 monoinsaturado), anti-oxidantes e hidratos de carbono não refinados. Outra questão que devemos atender é a redução (ou até mesmo eliminação) das solanáceas já que existem indicativos de que a solanina pode provocar reacções alérgicas e aumentar resposta inflamatória.
A suplementação com enzimas proteolíticas, glucosamina, condroitina, ácido hialurónico, niacinamida, S–adenosil metionina (SAMe), vitaminas C, D e K bem como ácido pantoténico (anteriormente chamada B5), proantocianidinas, baicalina e catequina tem demonstrado bons resultados nestas afecções.
Em termos de fitoterapia as escolhas têm vindo a recair na Boswellia serrata que apresenta estudos clínicos com significativas melhoras na dor articular; o Harpagophytum procumbens pela sua acção comprovada na OA do joelho, a Curcuma longa pela sua acção anti-inflamatória, entre outras (Yucca schidigera, Medicago sativa, Avena sativa, Salix alba e Zingiber officinale).
 
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Alimentação / Dieta Mediterrânica
 
As sementes de linhaça e os peixes de água fria (como cavala e salmão) são ricos em ácidos gordos essenciais e possuem propriedades anti-inflamatórias;
Dever-se-á promover a ingestão de fibras (as quais ajudarão a eliminar a acumulação de minerais e ácidos mantendo ainda o sistema digestivo livre de bactérias nocivas) sob a forma de hortaliças cruas (especialmente bróculos e couve-flor que apresentam propriedades anti-inflamatórias) e cereais integrais;
Os alimentos ricos em enxofre como espargos, repolho, alho, cebola e cebolinho, auxiliam a reparação de cartilagens e ossos; Alimentos contendo ou promovendo acção dos enzimas (papaia, ananás, abacate, mel, pólen de abelha, azeite, óleo de côco);
 
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Hábitos de vida
 
Evitar excesso de peso;
Exercício físico (natação, hidroginástica, caminhadas), exercício postural de correcção(tai-qi, qi-gong, yoga, fisioterapia postural);
Evitar alimentos que promovam acidez como carnes vermelhas, gorduras saturadas, fritos, óleos, açúcares, leite, e todos os refinados e ricos em glúten, álcool. Atenção às solanáceas (tomate, pimenta e beringela) pois a solanina pode provocar reacções alérgicas e aumentar inflamação;
Ingestão hídrica correcta de cerca de 1 copo de água de 2 em 2 horas;
Massagem de drenagem linfática suave; Reflexologia; Hidroterapia; Aromaterapia de redução de stress, eliminação de depósitos minerais e ácidos nas articulações;
Terapias de redução de stress (musicoterapia, biofeedback térmico, mindfulness).
 
 
 
 
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Fitoterapia e/ou Nutrientes benéficos
 
Glucosamina, Condroitina, Colagénio, Metilsulfonilmetano (MSM), Elastina, Óleos de peixe (DHA e EPA), Bromelaína, Papaína, Quercetina, Vitamina C, Vitamina D, Boro, Niacinamida, Zinco;
Harpagophytum procumbens, Salix alba, Zingiber officinale, Boswellia serrata, Curcuma longa, Yucca schidigera, Medicago sativa, Avena sativa;
 
 
 
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Suplementos alimentares com ação benéfica
 
Arthron 250ml/500ml
 
Turmeric Max 500ml
 
 
 
Estudos
 
 
 
 
 
   
Arthritis and Psychiatric Disorders: Disentangling the Relationship; Perry M. Nicassio, Ph.D
 
Arthritic Pain Is Processed in Brain Areas Concerned With Emotions and Fear; ARTHRITIS & RHEUMATISM Vol. 56, No. 4, April 2007, pp 1345–1354;
 
Psycho-social factors in osteoarthritis of the hip; Journal of Psychosomatic Research 1978;
 
Central pain contributions in osteoarthritis: next steps for improving recognition and treatment?; Arthritis Research Therapy 2011
 
Osteoarthritis: In Depth in https://nccih.nih.gov/health/arthritis/osteoarthritis
 
Integrative medicine and it's role in the management of osteoarthritis; A. Perlman; Duke Univ., Durham, NC, USA; Abril 2013
 
An Ayurvedic Approach to Osteoarthritis Treatment in https://www.integrativepractitioner.com/whats-new/news-and-commentary/an-ayurvedic-approach-to-osteoarthritis/
 
Complementary and Alternative Medicine and Osteoarthritis; Center for Complementary and Integrative Medicine, Division of Rheumatology, Tufts Medical Center, Boston, Massachusetts, USA; Dezembro 2012
 
 
 
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