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OUTUBRO, 2017
 
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HIPERCOLESTEROLÉMIA
Causas, consequências e sugestões de tratamento
 
Fala-se em hipercolesterolémia quando a concentração de colesterol total no sangue é superior a 190/220 mg/dL (sendo estes valores variáveis conforme o país e não reunindo ainda consenso).

O colesterol medido em laboratório, e indicado nos exames como Colesterol Total, não é mais do que uma medida matemática que considera a soma dos níveis de LDL + HDL + (triglicéridos/5), podendo desprezar as vLDL.
Actualmente existem diversas discussões sobre em que medida o nível de colesterol total será o melhor indicador de risco de doença cardiovascular mas, sem dúvida, é factor indicativo de alterações no metabolismo lipídico devendo por isso ser analisado e estabilizado/corrigido em caso de necessidade.


Muito se poderia discutir sobre a importância/relevância dos dados de colesterol mas, preferimos ver as funções do colesterol, desmistificando que este é apenas maléfico devendo ser eliminado, quais as causas mais usuais do aumento deste lípido e de que forma podemos manter os seus níveis estáveis através de alterações de estilo de vida, correcções alimentares e suplementação.

O organismo humano necessita de colesterol para produzir hormonas, vitamina D e outras substâncias que ajudam à digestão, sendo 0,3% do suco biliar e esta molécula é produzida quer endogenamente quer através da alimentação.
O colesterol viaja na corrente sanguínea sob a forma de lipoproteínas LDL (lipoproteínas de baixa densidade) e HDL (lipoproteínas de alta densidade) e é essencial para o funcionamento correcto de diversos metabolismos.


 
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Níveis elevados de LDL podem levar a uma acumulação em placas, favorecendo o aparecimento de ateroma enquanto níveis elevados de HDL favorecem a excreção de colesterol através do metabolismo hepático.

Na realidade, a partícula de colesterol que se acredita promover doença cardiovascular na medida em que afecta o transporte do colesterol para as artérias e tecidos é a apoliproteína B (apoB) a qual se encontra nas LDL e VLDL, tendo sido demonstrado no estudo AMORIS19 (o qual envolveu cerca de 175553 pessoas de ambos os sexos) que os indivíduos com rácio apoB/apoa mais elevado apresentavam maior risco de morrer de enfarte agudo do miocárdio.

A inércia/inactividade física, obesidade e dieta desequilibrada contribuem para um aumento das LDL e uma diminuição das HDL (e consequentemente das apoa responsáveis por um efeito protector contra doenças cardíacas) mas existem também indicativos de que a propensão genética (hipercolesterolémia familiar), stress e diabetes são factores chave ao qual se deve estar atento.
 
Factores de Risco
 
  Gorduras saturadas e trans, alimentos naturalmente ricos em colesterol
  Circunferência abdominal >102cm no homem e >89cm na mulher [valores médios que com certeza dependem da estatura individual]
  Stress
 Fumadores
  Dieta pobre/desequilibrada
  Obesidadea
  Inércia/inactividade física
 Diabetes, HTA, hipertiroidismo e doença/falência renal
 Genética, idade e sexo
 Historial clínico/familiar de AVC e doença cardiovascular
 
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Consequências
O termo hiperlipidémia é um conceito abrangente que se refere a qualquer uma das diversas afecções adquiridas ou desordem genética que resulte num aumento dos níveis de lípidos (gorduras, colesterol e triglicéridos) circulantes na corrente sanguínea.
Estes lípidos podem entrar nas paredes das artérias e aumentar o risco de aterosclerose, enrijecendo o endotélio, o que pode levar a AVC, enfarte ou até mesmo risco de amputação.

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Tratamento Convencional
 
 
 
 
A base do tratamento deve incluir exercício físico, perda/correcção de peso e, se aplicável, seguimento dos níveis de glicémia.
Contudo e certamente muitíssimo usual, é a prescrição de estatinas em toma oral, usualmente uma vez por dia, as quais apresentam muitas vezes efeitos secundários como dores musculares e articulares (que podem ser minoradas com suplementação com CoQ10), podendo ainda induzir a diabetes e disfunção cognitiva.
Outras alternativas têm sido propostas como injecções de inibidores de PCSK9 ou até plasmaferese.
 
Sugestões de Tratamento
Suplementação Útil e Medidas Nutricionais
 
 
 
 
Como sempre, dever-se-á dar preferência a alimentos frescos, preferencialmente orgânicos/biológicos, desde os produtos animais até frutas e vegetais bem como um consumo correcto de água.
Dado que a alimentação é um dos factores de risco mais preponderante, faz também sentido que esta seja alvo de uma profunda correcção.
Assim, recordamos a importância do aumento de consumo de fibras as quais prendem o colesterol ao longo do tracto digestivo, aumentando e melhorando a sua excreção.


Sugerimos farelo de trigo, aveia, cevada, sementes de linhaça moída e fruta (especialmente as que se comem com casca, como maçã, pera e uva e também outras, ricas em vitamina C como os citrinos), como arroz integral, banana, hortaliças, frutos secos (especialmente nozes), sementes e todos os cereais integrais.
Outra adição importante serão os legumes e leguminosas com casca como beringela, courgette, lentilhas, grão, ervilhas e feijão.
(Atenção a estes últimos e ao risco de meteorismo podendo ser cozinhados com funcho, anis, cominhos, camomila e/ou tomilho para diminuir esse efeito, sendo outra opção a utilização de infusão de hortelã-pimenta, gengibre e qualquer uma das outras plantas anteriormente sugeridas)

O consumo de gorduras, especialmente animal, deve ser reduzido, além da usual obrigação de redução de açúcares e alimentos refinados devendo os doentes diabéticos aumentar consumo de proteínas ao mesmo tempo que reduzem hidratos de carbono simples.

Uma vez que o colesterol é altamente sensível aos danos oxidantes, dever-se-á também promover ingestão de alimentos/temperos e ervas aromáticas antioxidantes (como pimenta-caiena, manjericão, alecrim e orégãos) e ácidos gordos essenciais como os contidos nos peixes de água fria como salmão, arenque, sardinha, atum e cavala (atenção à aquicultura) e dever-se-á utilizar apenas azeite ou óleo de linhaça (sempre de qualidade/primeira pressão a frio).

Outros alimentos obrigatórios são o alho e a cebola os quais reduzem activamente os níveis LDL ao mesmo tempo que promovem aumento das HDL.

Uma das acções que podem também potenciar a descida dos níveis de colesterol será o jejum intermitente20 (por meio de sumos de maçã ou vegetais crus como aipo e hortaliças), promovendo ao mesmo tempo uma suave depuração do organismo.

A actividade física potencia a redução de LDL e o aumento das LDL e deve ser diária, mesmo que suave como caminhada de 30 minutos. Deve ainda ser sugeridas actividades de redução de stress, como yoga, meditação, tai-qi, qi-gong ou até mesmo psicoterapia, especialmente nos casos onde o stress seja factor capital no descontrolo metabólico.

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O doente deve abster-se de fumar, beber bebidas alcoólicas bem como controlar consumo de café.

Em termos de suplementação, as escolhas recaem nos óleos de peixe, ómegas, policosanol (reduz colesterol total, LDL e apoB ao mesmo tempo que aumenta HDL e apoA), niacina (reduz colesterol total, especialmente a fracção LDL), fórmulas antioxidantes (prevenção da oxidação do colesterol), CoQ10 (obrigatória se doente mantiver consumo de estatinas dada a inibição do enzima HMG-Coa reductase), vitamina C (para reduzir LDL e impedir oxidação) em doses de 1 a 2 grama/dia, panteatina/B5 (especialmente indicado em doentes diabéticos, reduz colesterol total, especialmente fracção LDL e aumenta HDL), colina, fitoesteróis e crómio.

Na fitoterapia é usual e consensual a utilização de Monascus purpureaus na sua forma fermentada, Allium sativum, Commiphora mukul, Camellia sinensis, Silybum marianum, Taraxacum officinale, Cichorium intybus, Cynara scolymus, Olea europaea e Ganoderma lucidum todas com efeito de diminuição do perfil lipídico, especialmente fracções LDL, vLDL e triglicéridos, aumento das HDL e apoA.

Por fim, ressalvamos a importância cada vez mais assumida do consumo de produtos com pré e probióticos na diminuição/controlo do perfil lipídico, diminuição do risco cardiovascular e como potenciais bioterápicos nas doenças metabólicas.

Nota: este texto foi escrito excluindo a discussão da importância/não do colesterol (o chamado mito do colesterol) e foram considerados os dados que confirmam esta molécula como apresentando um papel na fisiopatologia das hiperlipidémias pois, ainda que esta não seja a principal causadora de doença arterial, apresenta-se como uma das mais importantes moléculas lípicas a participar activamente nos processos lipídicos e de acumulação de ateroma (pela sua fracção LDL)14. No fundo, dever-se-ia falar em hiperlipidémias ou dislipidémias na vez de hipercolesterolémia. Mais ainda considera-se de extraordinária importância (mais do que discutir se é ou não esta a culpada de todos os males), apresentar alternativas aos muitos diversos indivíduos que são medicados cronicamente com estatinas dado o seu perfil de efeitos secundários ser não só muito debilitante como potencialmente fatal.

 
Produtos com ação benéfica
 
 
 
 
Bibliografia & Estudos de Evidências Científicas
 
 
 
 
 
   
Textbook of Natural Medicine 4th Edition;
 
Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia 3ª Edição;
 
Handbook of Medicinal Herbs James Duke 2nd Edition;
 
Fitoterapia – Vademécum de Prescripción 4th Edición;
 
Phytopharmacy: An Evidence-Based Guide to Herbal Medicinal Products, Wiley-Blackwell, 2015;
 
Recent Trends in Biotechnology and Therapeutic Applications of Medicinal Plants, Springer 2013;
 
7. Rational Phytotherapy: A Physician's Guide to Herbal Medicine, Springer 2001;
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
 
https://nccih.nih.gov/
 
http://www.cochrane.org/evidence;
 
Sobre o Colesterol – Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva in http://www.incp.pt/conselhos/sobre-o-colesterol;
 
Tudo o que deve saber sobre o colesterol – Fundação Portuguesa de Cardiologia in http://www.fpcardiologia.pt/wp-content/uploads/2013/08/Brochura-CRC-Colesterol-Nº-10-Final.pdf;
 
Associação Hipercolesterolémia Familiar in http://www.ahfcolesterol.org;
 
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